Programa pós-troika até pode chamar-se "pirolito"

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, defendeu hoje, em Bruxelas, a necessidade de um programa de assistência pós-'troika' cautelar ao qual disse poder até chamar-se "pirolito".
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"É preciso um programa -- chamem-lhe o que quiser, até já ouvi chamar-lhe pirolito -- que não cometa o mesmo erro da 'troika'", disse Silva Peneda, aos jornalistas.

O presidente do CES salientou que "o programa cautelar tem uma componente mais financeira, de alguma tranquilidade, eu sou mais ambicioso".

Silva Peneda alertou ainda que Portugal não regressará ao ponto de partida, uma vez terminado o programa de assistência financeira, considerando estar esgotado o modelo que vigorou até 2011 na economia portuguesa, apelando à criação de um novo modelo económico para o país.

O ex-ministro do Emprego e também ex-deputado europeu do PSD apelou a um grande consenso entre os partidos sobre o novo programa defendido pelos parceiros sociais -- com uma década como horizonte -, sob pena de este acabar por ser definido "pelos burocratas de Bruxelas".

"Acontece que o fim da 'troika' vai ser um período especial porque está no fim esta Comissão [Europeia], os comissários estão a arrumar papeis nessa altura e os novos comissários ainda não vão estar em funções. O poder vai estar nas mãos dos chamados burocratas, sem qualquer sentido pejorativo", salientou.

"Não gostaria que o futuro coletivo de Portugal fosse definido pelos burocratas de Bruxelas, gostaria que fossem os portugueses a defini-lo, e isso implica que haja um entendimento político.

Silva Peneda participou hoje, em Bruxelas num debate na Comissão do Emprego e Assuntos Sociais, no Parlamento Europeu (PE).

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